Telefonei ontem para um amigo fotógrafo profissional de agência internacional de notícia. Pedi conselhos para a minha viagem aos bolsões de miséria do Brasil, que estou chamando de, “Diário de viagem ao Brasil esquecido”.
Após conversarmos sobre equipamento e temas a serem explorados, falamos sobre sua recente experiência na cobertura das áreas afetadas pelos incêndios ocorridos na Amazônia, e o contato que manteve com moradores da região.
Falou sobre a pobreza aviltante, a perseverança em meio ao sofrimento, a violência contra a mulher.
O que me chamou a atenção de modo especial, em razão de até então não ter ideia da extensão do problema, foi a sua percepção sobre os estragos que o alcoolismo está fazendo na região, o que, segundo ele, potencializa a violência e a prostituição.
Na minha recente passagem pelo sertão do Nordeste, percebi o mesmo, o que me levou a fazer esse registro de imagem.
Era uma aldeia com pouquíssimas casas, na zona rural. Vi homens alcoolizados às quatro horas da tarde.
Sem ter ainda subsídios a fim de apontar com precisão para possíveis causas, pareceu-me que o alcoolismo tem relação estreita com a ociosidade, que resulta do desemprego e da seca, que em geral pega nove meses do ano, isso quando os céus não se fecham por dois, três, quatro, anos ou mais.
Espero, no retorno que farei ao sertão, ampliar meu entendimento sobre mais um problema social enfrentado pelos necessitados no nosso país.