Essa foto foi batida por mim no sertão da Paraíba. O agreste está tomado por essas torres. Espalham-se também pelas cidades e povoados os parques eólicos. E só.
Não há emprego para o sertanejo. Indústria e comércio praticamente inexistem. O dinheiro que circula nas cidades e povoados tem como fontes o bolsa família, o pagamento de aposentadoria e o salário dos funcionários públicos. Essas torres existem porque sobra algum trocado para comprar a prazo telefone celular.
Por que o empresário não investe no sertão? Porque a economia de mercado está baseada no lucro, e se não houver esperança de retorno financeiro, os donos do capital não botarão dinheiro nesse bolsão de miséria do Brasil.
O que precisamos? Que o Estado propicie duas coisas: infraestrutura básica e capital humano.
Veja o que declara o economista americano Jeffrey Sachs, no seu excelente livro, “O fim da pobreza”:
“Embora os manuais de introdução à economia preguem o individualismo e os mercados descentralizados, nossa segurança e nossa prosperidade dependem pelo menos igualmente das decisões coletivas de lutar contra a doença, promover a boa ciência e a difusão da educação, proporcionar infraestrutura crítica e agir em uníssono para ajudar os mais miseráveis. Quando as precondições de infraestrutura básica (estradas, energia e portos) e de capital humano (saúde e educação) estão disponíveis, os mercados são poderosas máquinas de desenvolvimento”.
Nunca ansiei tanto pela economia de mercado quanto quando estive na África e no sertão do nordeste. Nunca ansiei tanto pelo Estado quanto quando estive na África e no sertão do nordeste.
Se o Estado não fizer a sua parte, não há esperança para os bolsões de miséria do Brasil.
Você sabe o que o Governo Federal está fazendo pelos ribeirinhos, sertanejos e favelados? Conhece as metas e o cronograma?
Se você visitar essas regiões do nosso país entenderá o motivo pelo qual essas perguntas precisam ser urgentemente respondidas.